É tempo de renovação, de partilha, mas, sobretudo, de avaliação da vida. É neste momento que devemos parar um tempo para pensar sobre as vitórias, as derrotas, os acertos, as quedas e as escolhas que fizemos durante todo o ano.
E nesse trajeto rumo ao Natal devemos estar acompanhados de três estrelas que o próprio Deus nos enviou. A primeira é a Palavra de Deus. Não existe leitura melhor, nem guia melhor para vivermos bem o chamado do Pai: “Sede Santos”.
É preciso que nesse tempo de preparação para o Natal, nos aproximemos mais ainda da Palavra de Deus.
A Bíblia não deve ser um livro de consulta esporádica, ou usada como um livro da sorte ou lida de qualquer maneira, muito menos é um livro para ser deixado no meio da sala de enfeite. É preciso de oração e da luz do Espírito Santo para uma boa compreensão e para que coloquemos em prática os ensinamentos do Santo Livro.
Se a Bíblia ainda não é a sua literatura principal, por que não aproveitar uma data tão importante quanto o Nascimento do Menino-Deus e colocá-la no lugar principal de sua vida? Aproveitando as palavras do doutor da Igreja, São Jerônimo: “Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo”.
A segunda estrela é a Estrela de Belém. Ela que guiou os três reis magos até o Menino que nasceu na noite santa e que da mesma forma nos aponta Cristo hoje. A estrela que ilumina o caminho daqueles que querem seguir a Deus.
A afirmação dos três peregrinos foi: “Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo” (Mt 2,2) Ouvindo hoje essas palavras, somos convidados a repetir o mesmo ato que outrora os reis magos realizaram: Adorar o Menino-Deus na manjedoura. Hoje a “manjedoura” são os sacrários, ostensórios e altares onde estão a Sacratíssima Eucaristia, Deus inteiro, Corpo, Sangue, Alma e Divindade.
“A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria” (Mt 2,10) Por vezes, o mesmo Deus que nasceu há dois mil anos nos espera nos sacrários do mundo inteiro para ser adorado e glorificado. A própria estrela quis adorar o Cristo que nascia. Diz as Escrituras “E eis que e estrela, que tinham visto no oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou.”
A terceira estrela e a mais importante delas é Maria Santíssima. Nossa Senhora é a estrela que brilha nos mais alto dos céus ao lado de Deus. É a maior porque tem todos os predicados e dons concedidos por Deus: é serva, mãe, esposa, filha, templo, rainha, intercessora.
Além disso, Nossa Senhora tem todos os predicados das demais estrelas. Ela sempre foi fiel a palavras de Deus e viveu intensamente a realização dessa palavra em sua vida. A Virgem Maria também nos aponta Cristo na Eucaristia, uma vez que ela mesma foi templo do Senhor, Sacrário Vivo, quando gerou Jesus em seu ventre, por obra do Altíssimo.
Maria foi a primeira adoradora. Adorava em seu ventre e depois que Jesus nasceu o adorava na manjedoura, acompanhada de seu esposo, o castíssimo São José. O santo casal nos ensina que mesmo os mais santos ou os mais obedientes às leis de Deus precisam adorar o Cristo.
A Virgem também ilumina a evangelização dos povos. É a própria Igreja que venera Maria, entre outros títulos, como Estrela da Evangelização. Precisamos por seu exemplo para levar a palavra da Deus aos irmãos e da sua intercessão para sermos testemunhas do Altíssimo.
A Santa Mãe de Deus é a Estrela que nos conduz para o céu. Ela é a Estrela que nos conduz ao Filho. É a estrela que nos conduz à Palavra. É a Estrela que nos ensina as boas virtudes. É a Estrela que nos indica os sacramentos. É a Estrela que nos dá seu exemplo de serva e Rainha. É a Estrela que nos aponta o Cristo na manjedoura e na Eucaristia.
Nos preparemos para o Natal com a ajuda das três estrelas. E que como os astros, possamos brilhar a luz de Deus em nossas vidas e iluminar a vida de muitos.
Boa caminhada no Advento.
Feliz Natal!
João Amurim é jornalista e ministro da Eucaristia na Arquidiocese de Brasília
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