sábado, 27 de novembro de 2010

ADVENTO: Tempo de preparação para a vinda do Senhor na Graça...


 O que é para nós o Advento? Sempre que nos deparamos com essa pergunta, a resposta que segue é simples: é uma preparação para a vinda do Senhor na graça. É o tempo de preparação para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. O advento é, portanto, o tempo de desejo, de aspirações, de esperanças e expectativas. Só nos alimentamos, quando temos fome. É necessário que tenhamos fome e sede de Deus. Deus não quer impor a sua graça às almas que não O desejam. Àqueles que têm fome, Ele enche de bens.

Advento - vem Senhor Jesus!

O ano litúrgico inicia-se com o Tempo do Advento, sendo formado por quatro semanas – momento esse que nos preparamos de forma mais acentuada para a vinda do Senhor. O Natal foi o maior acontecimento da História: o “Verbo se fez carne e habitou entre nós”. Dignou-se a assumir a nossa humanidade, sem deixar de ser Deus. Esse acontecimento precisa ser preparado e celebrado a cada ano, pois nos ajuda a refletir sobre temas e comportamentos fundamentais para nossa vida de fé: a expectativa vigilante e alegre, a esperança, a conversão, a pobreza.
Na dinâmica catequética das semanas do advento, encontramos nas duas primeiras semanas a reflexão sobre a espera vigilante e alegre da vinda do Senhor - Deus que é fiel garante a nós a Salvação através de seu Filho enviado no mistério da encarnação, por meio de Maria, nascido pobre e colocado em uma manjedoura. A vinda do Salvador cria um clima de alegria que a liturgia do Advento não só relembra, mas quer que seja vivida. A exemplo de João Batista, que diante de Cristo presente em Maria salta de alegria no seio de sua mãe, o nascimento de Jesus torne-se uma festa alegre para os Anjos e para os Homens que ele vem salvar!
O tempo do Advento é o tempo da esperança, porque Cristo é a nossa esperança (1Tm 1,1); esperança na renovação de todas as coisas, na libertação das nossas misérias, pecados, fraquezas; esperança que nos formam na paciência diante das dificuldades da vida; esperança de vida eterna. Iniciar um novo ano litúrgico é renovar em nós a esperança da presença de Deus em nosso meio, construindo a história e gerando vida em nós. Esta é a esperança da igreja neste recomeçar de um novo tempo. Aquele que é, que era e que vem (Ap 1,4-8), que está sempre realizando a salvação, mas cuja consumação se cumprirá no dia do Senhor, no final dos tempos.
É tempo de conversão, na segunda semana o apelo do Batista é de conversão (Lc 3,3) - preparação do coração para a vinda do Messias. Voz que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor. (Lc 3,4). A espera requer uma atitude de alerta do coração contra o torpor e a negligência, requer prontidão, desapego. O cristão é filho da luz, e por isso, permanecerá acordado e resistirá às trevas, símbolo do mal, para assim acolher o Salvador, o Sol que nos vem visitar (Lc 1,78). A vigilante espera na alegria e na esperança exige sobriedade, renúncia aos excessos e a tudo aquilo que possa desviar-nos da espera do Senhor.
Enfim, um comportamento que caracteriza a espiritualidade do Advento é o do pobre. Não tanto o pobre em sentido econômico, mas o pobre entendido em sentido bíblico: aquele que confia em Deus e apóia-se totalmente Nele. São os mansos e humildes, porque as suas disposições fundamentais são a humildade, o temor de Deus, a fé. Eles são objeto do amor benévolo de Deus e constituem as primícias do povo humilde e da igreja dos pobres que o Messias reunirá. Jesus dirá: “Felizes vós os pobres, porque vosso é o Reino de Deus”. (Lc 6, 20). Jesus reconhecerá os herdeiros privilegiados do Reino, e ele mesmo será pobre. Belém, Nazaré, mas sobre tudo a cruz, são diversas formas com que Cristo manifesta-se como autêntico pobre do Senhor. Maria aparece como modelo dos pobres do senhor que esperam as promessas de Deus, confiam Nele e estão disponíveis, com plena docilidade, à vontade de Deus.
Nas duas últimas semanas, lembrando a espera dos profetas e de Maria, nós nos preparamos mais especialmente para celebrar o nascimento de Jesus em Belém. Os Profetas anunciaram esse acontecimento com riqueza de detalhes: “eis que a jovem está grávida e dará à luz um filho e dar-lhe-á o nome de Emanuel” (Is 7,14); nascerá da tribo de Judá, em Belém, a cidade de Davi; e ainda segundo São Lucas acrescenta: “Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, ele reinará na casa de Jacó para sempre, e o seu reino não terá fim”. (Lc 1,32-33). Maria O esperou com zelo materno e O preparou para a missão terrena.
Como símbolo, a Coroa do Advento é o primeiro anúncio do Natal. Ela é da cor verde, que simboliza a esperança e a vida, enfeitada com uma fita vermelha, simbolizando o amor de Deus que nos envolve e também a manifestação do nosso amor, que espera ansioso o nascimento do Filho de Deus.
Assim, preparemos o presépio do nosso coração para a vinda do Senhor, ornado com humildade e alegria, na viva esperança da segunda vinda do Senhor. E digamos juntos: Maranatha!


Frei Diácono Fábio Junior de Deus –FMM Franciscano Missionário- residente em Itiquira

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